Ensaio Sobre o papel

segunda-feira, 24 de novembro de 2008



O Grupo EncenAção apresentrá o espetáculo "O Ensaio sobre o papel" dia 28 de novembro, sexta-feira às 14hrs , nao CCB na Universidade Estadual de Lobdrina no Congresso de Economia Solidária .




Um pouco mais sobre o Espetáculo

Discutir as relações sociais e econômicas que caracterizam o mercado de trabalho no sistema capitalista é o objetivo principal desta montagem, que busca as interações possíveis do teatro com a educação, cogitando uma função social para a arte, que não seja apenas a de mercadoria de entretenimento, mas de instrumento de formação humanística e crítica.

Com esse propósito, os artistas-Sociais, do Grupo “EmCenação” um dos mais recentes núcleos de criação da Fábrica de Teatro do Oprimido de Londrina têm se dedicado ao estudo da “peça didática” brechtiana, tentando buscar um diálogo desta com o Teatro do Oprimido, de Augusto Boal onde espectadores e atores participam ativa e conjuntamente na construção de um conhecimento histórico-cultural dos temas abordados pelo texto. A montagem incorpora a dinâmica do Teatro-Fórum, onde, no fim do espetáculo, os espectadores podem refazer as ações da peça, propondo novas soluções para os conflitos da trama, que são, no caso de “O Ensaio sobre o papel”, como em toda a obra de Brecht, as contradições do capitalismo expostas no embate entre capital e trabalho.



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Relato de uma apresentAÇÃO!

terça-feira, 4 de novembro de 2008


Bom, acredito que o que nosso grupo passou nos últimos dias não poderia passar em branco aqui no nosso Blog. Então vamos lá!

Tudo começou quando no ensaio de sábado o Gil chega com a notícia, desesperadora para nós, de que haveria uma apresentação na Segunda-feira seguinte, 03/11, (ou seja, dois dias após o sábado). Nós ficamos muito preocupados, pois voltamos a ensaiar a peça: O Ensaio sobre o Papel, mas a mesma ainda nao estava madura a ponto de ser apresentada... Tentamos refutar a notícia, cancelar, sei lá... Fazer qualquer coisa. Mas felizmente o Gil foi firme e manteve a apresentação, até porque seria impossível cancelá-la. O pior ainda era que estávamos sem ninguém para nos auxiliar no ensaio, seria EncenAção por EncenAção... E pra quem não conhecesse nosso grupo, como diz o Gil: temos uma característica histórica de sermos bem "enrrolados"!

Ok! Nos conformamos parcialmente com a idéia e partimos para o ensaio... Ah! Primeiro ainda tivemos que preparar o cenário e figurino, que até o momento não estava decidido. Confesso que foi desesperador na hora, mas agora vejo como foi importante termos passado por esse susto!
Bom, fomos finalmente ensaiar, tentamos passar a peça até onde já tínhamos ela pronta e dar a finalizada que cabia pro Fórum... Da primeira vez não rolou, esquecemos fala, quase um desastre... Da segunda foi melhorando e juntos fomos construindo o fim da peça... Depois de mais umas vezes conseguimos fechá-la e até ficarmos satisfeitos com o resultado.

Beleza! Combinamos de chegar mais cedo na Segunda pra passar pela última vez. Foi o que aconteceu... O ônibus ficou de nos pegar as 10:30, mas o tempo passava e nada... Nós que já estávamos meio desanimados começamos e ficar preocupados... Depois de algumas ligações o ônibus enfim chega! Mas não acaba por aí: o motorista não sabia o endereço do Colégio e muito menos agente, que sabia se muito o nome.! O que nos salvou foi o "ator" Luca, que conhecia um colégio com esse nome e foi nos guiando. Ligamos pro Gil e ele confirmou o endereço! Ufa! Chegamos na escola...

A princípio fiquei um pouco apreensiva, afinal de contas umonte de alunos do Ensino Médio juntos até que causa um frio na barriga... Mas fomos em frente, a Débora começou a coringagem, correu tudo bem... Como ela mesmo disse: "Eles já estavam BEM aquecidos!"

Fiquei muito feliz com o decorrer da apresentação, eles estavam assistindo ativamente, prestando atenção, acredito que entenderam nosso recado! A peça teve um andamento muito bacana, ela fluiu de forma dinâmica. Fiquei bastante feliz com o resultado, todos nós ficamos!

Houve apenas uma intervenção, devido ao tempo, já tínhamos ultrapassado o horário, mas acredito que a intervenção foi válida e levou os alunos a discutirem e refletirem sobre o assunto. Claro que ainda temos muito o que melhorar, mas acredito que estamos no caminho certo.

Eu queria parabenizar o nosso grupo, porque fomos até o fim e mesmo ficando meio assustados no começo, demos conta do recado!

Depois do que passamos pude perceber que esse é nosso papel. Não estamos lá ensaiando uma peça pra nosso prazer ou vaidade, mas sim estamos estudando essas relações de opressão para intervirmos efetivamente nelas. Portanto devemos nos agarrar nas oportunidades de levar nosso teatro para as outras pessoas. Acredito que esse é nosso papel...!

Coloquei a foto da Carol (do nosso grupo) porque achei que diz muito, sei lá me remete à força de vontade! ... E não achei nenhuma foto atual do nosso grupo!

Bom, acho que é isso! Até a próxima galera!

Mariana

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Com a caneta na mente e os botões na mão...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008


É pessoal, hoje eu acordei com uma coceirinha nos dedos...^^
Ontem estava remexendo em alguns dos tantos papéis que eu guardo, achei uma prova de filosofia que fiz no terceiro ano do colégio, um pouco antes de conhecer o teatro do oprimido. Algumas das reflexões que tive através da aula daquele professor, influenciaram sim na minha imediata simpatia com o Teatro do Oprimido. Nesta prova estávamos discutindo sobre a Estética do Mc Donald' s, como esse "restaurante" utiliza-se dos meios de comunicação de massa para reificar seus interesses. É uma discussão que, ao meu ver, é atualíssima e que não cabe somente a esfera cinematográfica(foco do texto), mas também teatral. Claro que o texto está confuso, que eu não sou especialista, mas alguns vão "se ligar".
Enfim, resolvi transcrever o texto do jeitinho que está. Lá vai...

Prova de Filosofia 26/06/2006

Estética e Mc Donald's.


Segundo Adorno, Indústria Cultural é hoje um assunto muito polêmico, pois utiliza das massas para se tornar cultura, mas não uma cultura espontânea e sim uma concepção do mundo de forma maquinada, pré-estabelecida.
Muitas das coisas que conhecemos hoje é fruto da estética, que seria obter por meio da Mass Média prazer em estar consumindo algo, só porque está na moda ou é caro. O Mc Donald's é um exemplo claro disso, utiliza a mass média para se tornar necessidade na vida das pessoas, que por sua vez, achando-se autênticas, pensam que podem escolher o que comer ou o que tomar, quando na verdade são induzidas a ter necessidades supérfluas.
Superficialidade é a palavra exata para a massa hoje em dia. Não percebemos que somos constantemente testados e que não somos nós quem determina nossas vontades. Somos o objeto do Capitalismo e da Globalização, não temos a iniciativa de criar sem copiar tendências. Do ponto de vista do senso comum, as váriasfases que a cultura enfrenta é pura e simplesmente do talento do artista, que também é usado. Se determinado artista fica famoso é utilizado como objeto até que o povo se canse de tanto vê-lo, assim como eles fazem as pessoas famosas, nós determinamos o tempo de ascensão de um estilo.
A arte como conhecemos é um simples modo de transformação social, não mais um trabalho tranformador. Com a globalização querem tornar tudo igual, o prazer de criar algo único, para o autor, não existe mais, a arte virou uma brincadeira que manipula o público. O que Adorno questiona é se temos consciência, visão crítica do que está acontecendo, dessas mudanças. Será que temos realmente a necessidade de sempre estar nos "tranformando"? Até que ponto as massas consumidoras buscam transformações sociais?
A idéia que Adorno passa é que devemos escolher guiados pela razão o que torna necessário mudar ou consumir. Perceber que a Indústria Cultural é quem cria nossos desejos, pensando em seus objetivos comerciais, fazendo com que sempre busquemos a satisfação que nunca acontece.
Para Walter Benjamin o cinema é como se fosse uma arma psicológica e que é um dos fatores que determina a Cultura Popular. Por meio dele é possível fazer da guerra, um acontecimento superável, pintar de qualquer nação uma imagem boa ou ruim, como aconteceu com os judeus, usaram da mídia para fazer da guerra uma ação necessária para extermínio dos judeus, que ficaram como causa da discórdia. A auto-alienação da humanidade nos leva a aceitar a desgraça. Assim o que seria refúgio para sair do cotidiano, ou seja, lazer, torna-se um lazer mecanizado, causando divertimento através da mesma lógica do trabalho.
Tudo isso leva a mais críticas, que teriam por objetivo tirar de tudo isso uma razão emancipatória, que é o caso de Jüngen Habermas que acredita fielmente no agir comunicativo, que segundo ele se desenvolvido na razão, torna-se uma maneira competente de resolução de problemas.
Agir comunicativo seria a busca do reconhecimento intersubjetivo, ou seja, por meio de algo comum entre dois indivíduos é possível um entendimento. Ele define a Indúdtria Cultural como um agir estratégico, que faz com que um indivíduo manipule o outro para atingir fins que ele mesmo definiu anteriormente.
Para Habermas as discussões racionais é que levará o mundo emancipado à ascensão, onde o mundo vivido será supremo, significando a resolução dos conflitos humanos.


Só para constar, minha nota foi integral nesse prova, o professor falou que estava 'Muito Bom!!', mas isso não importa agora, importou para mim porque eu passei de ano...srsrrsrs...
O caso é que tem "restaurante" querendo servir "almoço" para nós, dessa "comida" eu não preciso. Quais são as transformações que queremos com da arte? A uniformidade mecânica, a fórmula pronta existe, mas necessitamos dela? E para quê? Com diz meu professor de Sociologia Zé Flávio....são perguntas...questinamentos...dúvidas...abstrações....

Réplicas?...



Débora Oliveira.
FTO-londrina.
30/10/2008

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O Teatro como Forma Mercadoria

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Continuando nossa pesquisa , publicamos abaixo um texto de José Fernado Peixoto de Azevedo
Publicado originalmente no site Cultura e Mercado

A Desnecessidade do Teatro

Por José Fernando Peixoto de Azevedo

O teatro tem muitas especificidades, como qualquer outra atividade terá as suas. No caso, talvez a mais significativa delas seja o fato de que o produto teatral não é separável do ato de produzir. Diante de seu público, o ator é um artista; mas se está subordinado a um empresário, será um trabalhador produtivo. Como artista, sua produção é imaterial, embora possa, num segundo momento, reduzir-se a um bem de consumo. Transformado num trabalhador produtivo, o ator será também um produtor de mais-valia.
Teatro como mercadoria - Grosso modo, um operário, ao colocar à disposição sua força de trabalho, está vendendo-a, em princípio, por um valor que lhe garantiria uma quantidade média de artigos de primeira necessidade à sua vida. Assim, se para tanto será necessário trabalhar 4 horas, e se essas 4 horas equivalem a um preço de R$ 40,00 diários, esse será o valor de sua força de trabalho, seu salário. Ora, aquele que compra a força de trabalho do operário, compra o direito de usar e consumir essa mercadoria. Usá-la significa, no caso, fazer trabalhar. É preciso que essa força de trabalho funcione durante todo um dia de trabalho. Se por um lado o seu valor tem a ver com sua necessidade, por outro, o seu uso terá a ver com sua força ou capacidade de trabalho. Do ponto de vista de quem usa, 4 horas não correspondem às suas “necessidades” - as do lucro -, pois não esgotam a força de trabalho comprada - embora, do ponto de vista daquele que a coloca à disposição, pudessem ser suficientes para a sua sobrevivência. Ao comprar a força de trabalho, o capitalista, agora seu dono, adquiriu o direito de usá-la por todo um dia, que pode corresponder a 8 horas de trabalho.
Desse modo, todo o valor produzido, para além daquelas 4 horas inicialmente necessárias são propriedade do capitalista, dono pro tempore de sua força de trabalho. O capitalista então realizou diariamente R$ 80,00 do que teve de desembolsar R$ 40,00. O excedente é a mais-valia, pelo qual nada teve de pagar. Aquilo que o operário produziu nas 4 horas adicionais saiu de graça para o capitalista. Essa troca desigual faz que o operário se reproduza como operário, garantindo ao capitalista sua reprodução como capitalista.
Logo se vê que estar “dentro” ou “fora” do sistema pode ser uma escolha, mas também e quase sempre, uma ilusão. Trata-se de saber como a atividade teatral se reproduz, e em quais condições. Considerada a figura do empresário e o modelo tradicional da Cia., será preciso definir em que medida o Grupo Teatral se apresenta como alternativa e, principalmente, em que medida sua dinâmica significa a eliminação das figuras do empresário e do assalariado eventuais. Nesse caso, não haveria a subordinação do artista, como produtor de mercadorias, àquele que com tanto obteria o lucro. Mas então ficaria a pergunta: em que circunstâncias o teatro não se apresenta como mais uma mercadoria a ser comprada?
A depender da perspectiva, poderíamos formular a questão nos seguintes termos: o teatro se realiza como atividade consumada no momento mesmo em que é consumido. Pelos extremos: claro que uma encenação de Brecht, por um Grupo decididamente brechtiano, no Brasil, colocará em outra chave essas questões. Isso é bem diferente de uma encenação de um musical americano, com elenco remunerado e subordinado às normas do trabalho empresarial. Mas não bastará constatar tais diferenças se a mera constatação não forja uma política de trabalho.
Viabilização do teatro - Mas quem viabiliza aquela encenação de Brecht? A definição do teatro como sendo atividade cuja efetivação faz coincidir produto e ato de produzir, incide sobre a relação, a mais complexa, entre palco e platéia. Uma pergunta atual e difícil seria: o que está acontecendo com essa relação hoje? O teatro sabe quem é seu público? Se o sabe, como o sabe? Se na prática, essa relação com o público é mediada pelo o ingresso e seu preço - por assim dizer definindo o sentido social do teatro -, trata-se de saber se este é o portador do lucro ou o portador de uma política alternativa. A exigência então é a de definir os “parceiros”.
O teatro, tudo indica, está condenado à convivência com formas de cooptação que a bem da verdade se traduzem em formas de sobrevivência. Mas o teatro tem sua história e sua realidade próprias. O tempo de formação de um ator ou de um dramaturgo exigem, antes de mais nada, que o teatro seja também esse lugar de formação. Formação nem sempre se confunde com “profissionalização”, sobretudo quanto esta se reduz à inserção em mercado (efetiva?). O que não se trata de uma visão utópica. Visto desse ângulo, o teatro reavalia sua relação com o público, pois passa a ver o processo de maneira integrada. Isso exige que sua política seja clara, o que não se pode reduzir a um discurso, mas antes significa reinventar o próprio teatro: trata-se de definir os seus meios e como utilizá-los.
Se o grupo é visto como um agrupamento de interesses que pressupõe uma certa unidade, e se para tanto se exige o abandono do provisório e do descartável como propulsores do trabalho, então a questão sobre os meios de produção passa a ser fundamental. Ora, como viabilizar um espetáculo? Desde a conquista de um espaço até sua viabilização cênica e pública, desenham-se os descaminhos da experiência cotidiana do teatro no Brasil. É evidente, a escolha não será apenas econômica, mas determinará a economia da cena. A pergunta “como” implica a escolha de seus meios, desde o texto a ser encenado até a política de signos a ser implementada.
Teatro como produto de consumo - No Brasil, a arte, e o teatro em particular, são objetos de Lei - de incentivo, é claro. Incentiva-se o empresário a aderir à arte, que é vista como depositária social do lucro. Neste caso, a arte justifica o lucro, como garantia de um retorno - imaginário? - à sociedade - qual sociedade? -, sem prejuízo das condições em que o trato se dê. Ora, pergunta-se pelo papel do Estado como agente mediador e mesmo propulsor de uma produção “reconhecidamente social”. O que não se pergunta é qual Estado se apresenta como tal mediador. Nesse sentido, toda arte com o selo da “Lei” poderá ser utilizada como arte de propaganda. Assim, diversidade passa a ser produto de consumo. Não é possível separar o problema da produção daquele que diz respeito às condições de produção. Não se quer com isso reduzir tudo aos problemas econômicos, mas reconhecer que cada escolha, para ser conseqüente, implica um domínio dos meios.

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O Ensaio sobre "O Ensaio" Sobre o Papel ...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Voltamos a trabalhar na peça de Teatro-Fórum . "O Ensaio sobre o Papel". Neste caso, as aparencias não enganam. O Nome da peça tem uma forte influência brechtiana.



" O ensaio sobre o papel", é uma peça de teatro-Fórum, com um "Jeitão" de Peça didática de B. Brecht e no teatro de Brecht vale o enunciado, de inspiração gramsciana, Edmundo Dias – intelectual orgânico da classe trabalhadora brasileira – tanto gosta de usar (quando em audiências operárias): ensinar como quem faz política, fazer política como quem ensina. A peça-didática seria, enfim, um exercício de dialética.


Este Diálogo entre Brecht e Boal faz parte de nossa pesquisa. Utilizamos uma fábula para fazer refletir sobre a Exploração do trabalho, transformação do Homem em Mercadoria. Uma tema dificil, geral, Universal...e não menos urgente e não menos imediato. Fazer refletir....pensar, repensar....solidariedade,organização, impossibilidades.... Na Mostra, Mostraremos Nosso Processo....

Há uma função social para a arte – que não apenas a de mercadoria e entretenimento – sobretudo enquanto instrumento de formação humanística e crítica.


"A indiferença é o peso morto da história. É o grilhão de chumbo [T.: “palla di piombo”] para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam amiúde os mais esplendorosos entusiasmos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor que o peito dos seus guerreiros; porque engole em seus pântanos lamacentos os seus assaltantes, os dizima e desencoraja e, às vezes, faz com que desistam da ação heróica. (...) A maioria ... [Os Indiferentes], ao contrário, diante de acontecimentos consumados, prefere falar de falhas ideais, de programas definitivamente esmagados e de outras fanfarronices semelhantes. Recomeçam assim o seu absenteísmo de qualquer compromisso. E já não por não verem claramente as coisas e, por vezes, não serem capazes de divisar belíssimas soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que – embora requerendo uma [mais] ampla preparação e tempo – são todavia tão urgentes quanto. Mas essas soluções são belissimamente inférteis; mas essa contribuição à vida coletiva não é animada por qualquer luz moral: é produto de curiosidade intelectual, e não do senso pungente de um compromisso histórico que quer a todos ativos na vida, que não admite desconhecimentos e indiferenças de nenhuma espécie.” (Gramsci, 1917,)

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SOBRE TEATRO E POLÍTICA

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


Relatório do Encontro e Debate em torno do tema: “Teatro e Política”, do Grupo Encenação de Teatro do Oprimido.
Local: Casa do Teatro do Oprimido
Data: 01/03/2008

Antes de Procurar entender o que é Teatro e o seu papel político na sociedade, faz-se necessário a compreensão do que é “Política”.

Baseando-se no texto de Sérgio Vaz Alkmim, “O que é política?”, pode-se concluir que a política é toda e qualquer ação e atitude que Ser Humano possa vir a realizar em seu meio coletivo. Nossas ações são fundamentadas em princípios ideológicos, mesmo quando não temos consciência de tal fato. A própria omissão diante as determinadas circunstâncias da vida coletiva é resultado de uma opção política. Portanto, devemos ter consciência do peso e das conseqüências que nossas ações refletirão.

O Teatro é Político. Augusto Boal, em seu livro “Teatro do Oprimido e Outras poéticas Políticas”, relata que a principio o teatro era algo do povo, feito pelo povo. Porem, no decorrer da história, com o surgimento da aristocracia, as divisões sociais e econômicas que foram emergindo, o Teatro passa de algo “comunitário”, para se tornar propriedade privada, onde poucos atuava e as demais pessoas era apenas espectadores, assim como acontecem com as relações político-sociais, até hoje.

O Teatro, como afirma Augusto Boal, é arma muito eficiente, e pode ser utilizada tanto à favor da busca de uma sociedade mais justa e democrática, quanto para a manipulação, propagação do “conformismo social” e até mesmo como produto simples “produto de consumo.” Contudo, é através desta arma – o Teatro – que pretendemos desenvolver nosso papel político, dentro de uma perspectiva contra-hegemônica.

Mariana Montagnini Cardoso

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"CANTO"

terça-feira, 9 de setembro de 2008


(Lia - primeira da direita p/ esquerda)

Buraco negro
Dentro do coração da serra
Onde tudo começou
E sem luta
Calados, pesados
Caminhando atropelados
Carregando o nosso
Próprio andar

Vamos indo
Caindo pelo buraco
Buraco onde
Tudo começou
Onde tudo começou

Temos que acordar
companheiros
Temos que gritar
Soltar nossas gargantas
Deixar a escravidão
Olhar no alto das montanhas
Erguer as bandeiras
das lutas
Olhar com amor
a nação

(canto)
E na hora do voto
Ter consciência
e noção
Não deixar
escorregar - cair pelo
buraco negro da urna
Só a paixão
Vote com a razão da
sua luta
Porque não há mais
tempo não
O mau já se arrasta
pelas ruas e dentro de nossas casas

Logo não teremos
mais as matas
E a água?

Se continuarmos assim
Sujos, podres, logo
seremos e morreremos
Seremos montes
e mais montes
de coisas - coisas podres
Nem os ratos viverão
morrerão, e também podres
sem ar
sem água
sem nada

Ainda há tempo
A serra chorando,
sofrida nos fala
Enviando mensagens
de Tsunames, terremotos e vendavais

ATITUDE!

extase
excessão
expoente
expansão
texto
contexto
pretexto
mixto
ânsia
excêntrico
extinto
acidez
adeuzinho
invés
gentileza
anarquisar
através
talvez
portuguesa
agasalho
atrás
aliás
análise
gasoso
graniso
pesquisa
desprezo
escassez
estranheza
gás
assédio
fascículo
represa
resenha
azia
acréscimo
discente
docente
fascinar
acessor
almoço
endoço
maciço
florescer
trezentos
paralizar
feito
giria
coragem
alge
enxugar
ameixa
afrouxar
xingar
broche
queijo
fixa
ficha

LIA SALVANY FELINTO


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Um tapa na cara...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008



O Grupo EncenAção realizou na Uel, na ocasião da "Semana da Educação", uma apresentação de um espetáculo de Teatro-Fórum chamado "com que ônibus eu vou...?". O espetáculo, causou um "certo mal estar", por que - sendo curto e grosso - os opressores que estavam sendo representados no palco, estavam de fato, na platéia. Chegaram, até mesmo...muito delicadamente, é claro, pedir ao Curinga que não realizasse a parte fórum do espetáculo. è claro que o Curinga - também, e igualmente delicado...ignorou esse "pedido" e realizou o Fórum assim mesmo.


Considero importante, neste momento, reflitir sobre uma questão : a realização do espetáculo de TF, neste espaço formal, ou seja, na "Semana de educação" - configurando-a como forma de intervenção social do tipo sócio-politico-educativa ( Já que tanto oprimidos como os opressores estavam ali presentes).


Na intervenção social do tipo sócio político educativa, as ações devem possuir propostas organizadas, um comportamento ético por parte do interventor social e uma capacidade técnica
expressada na potencialidade ou intensidade para intervir efetivamente na sociedade. Sendo estes elementos fundamentais a uma intervenção social. A intervenção social no processo educativo ou uma ação educativa, como proposta de intervenção, pressupõe uma ação intencional sobre os indivíduos, grupos ou comunidades, com a finalidade de gerar mudanças e melhorias. Estas mudanças deverão ser analisadas e avaliadas de maneira estruturada e de uma forma constante, devendo ser previamente definidos os procedimentos de avaliação. A intervenção educativa deve, incorporar princípios flexíveis capazes de contemplar as particularidades pessoais e culturais, escolares e sociais, tendo como alvo os processos de desenvolvimento, personalização, socialização, humanização e libertação. Tratando-se, de uma prática essencialmente pedagógica que ganha significado pela sua conotação política.


A intervenção constitui-se em um espaço, um momento artificialmente construído, realizado por um sujeito, que intervém legitimado pelo direito de intervenção, a partir de um status legalmente constituído, com uma demanda de necessidade para que ocorra. Esta demanda está relacionada aos sujeitos do processo da intervenção e da visão de problema social que a sociedade possui. Possibilita identificar, construir ou reconstruir laços de significação de diferentes grupos sociais, através da elaboração de estratégias que formule, e encontre uma possibilidade de redução dos conflitos, eliminando os discursos estigmatizantes que excluem, diminuindo desta forma o sofrimento daqueles que são afetados por estes tipos de discursos.


(continuo...)

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Curingar é lutar.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008


"Coragem"....O cão covarde...rsrsrs

Foi um pouco assim que eu me senti. Ô "publicuzinho" difícil sô...
Já haviam me avisado. Na semana de Ciências Socias, grupo Encenação de T.O. apresentou "Com que ônibus eu vou...pro encontro que você me convidou" e eu fiquei responsável pela curingagem da vez. Estava tensa por vários motivos...Era a semana do meu curso, todo aquele povo cheio de "estrelismo" pronto pra explodir estava me olhando, prestando atenção no que eu estava dizendo, alguns sendo solidários, outros nem tanto...me olhando com desconfiança. Mas isso é o menos importante, afinal estava ali fazendo meu trabalho, falando sobre o que eu acredito, já tinha passado por isso algumas 3 vezes...(ooohhhh..rsrsr), estava consciente do meu papel naquele momento.
Papel importante no Teatro do Oprimido, o Curinga como mediador do debate é responsável pela ordem do Fórum, pra que não se torne "selvagem". É engraçado porque isso foi o que eu menos fiz, era um público de universitários e o que é esperado é que estes sejam comportados em determinados momentos. Esse "título" de universitários é tão cheio de significados, de conotações, de personificação, de clichês e tantas outras coisas que até confunde a cabeça daqueles que o possuem. Bom, como eu estava dizendo, eles foram comportados até demais!
É engraçado e é estranho porque o tema proposto pelo grupo de T.O é relativamente fácil de ser reconhecido por aquela platéia, eu não precisei explicar a situação, eles sabem que acontecem, afinal são "universitas", gente inteligente nem sempre como a gente, pois não se sentem gente na maioria do tempo (oh).
Eu tenho medo que seja por isso que eles adotaram uma postura tão fria diante de um fórum apimentado como aquele. Ou será que o erro foi meu? Eu não soube cumprir corretamente meu papel? Tenho cá comigo minhas dúvidas. Éééééééééé (vício de linguagem, característico dos "intelectus")...Como eu estava estranhando, fiquei perplexa com a atitude dos meus caros colegas de curso, tão quietinhos...vamos lá gente, falem...quem faria diferente dessa personagem? Alguém tem alguma alternativa pra esse problema real?...Cri cri cri...E o grilo se fez ouvir. "Que é isso pessoal, que murcheza é essa?". Depois eu tenho que ficar ouvindo aquele papo de revolução, se nem uma revolução na vida deles eles conseguem fazer, foi difícil minha gente conseguir duas alternativas. Ahhhh é, me esqueci...eles estavam pensando. Pensando "baseados" em Weber ou Marx, quiçá Durkheim, como eles instaurariam a ordem naquela situação, como organizar aquela representação da macro-sociedade, afinal é sobre isso que refletimos não é? Na macro-sociedade, revolução, capitalismo...sexo...sexo...sexo...e uma biritinha claro.
Acho que fui suficientemente "clear".
Passando agora para a segunda parte da minha exposição (oh), discorro agora sobre o outro motivo da minha tensão naquele momento. É preciso muita covardia revestida de coragem pra ficar lá observando, analisando, avaliando, processando, formulando, confabulando...ando ando. Isso me deixou à beira de um pequenino ataque cardíaco, não de emoção, me senti sufocada, inforcada, tentativa de manipulação, isso é um veneno camuflado em sorrisos e palavras doces.
"Deus me livre d'eu í lá!".
Bom o que eu queria dizer com tudo isso mesmo?
Coragem...deixem de ser como um cão covarde.




Débora Oliveira.
Multiplicadora da FTO-Londrina.
01/09/2008.




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Com que ônibus eu Vou....na Semana de Educação na UEL

quinta-feira, 28 de agosto de 2008





Platéia da primeira apresentação na Semana de Ciências Sociais (UEL)



















Hoje, dia 28 de agosto de agosto de 2008, o grupo EncenAção apresentou seu espetáculo de Teatro-Fórum "Com que ônibus eu vou...pro encontro que vc me convidou" na Semana de Educação da UEL. Foi uma experiencia muito interessante, principalmente por que estavam reunidos no mesmo espaço, opressores e oprimidos ( os mesmos representados na peça).



O fato de ambos (opressores-doscentes e oprimidos-discentes), se reconhecerem no espetáculo; " se verem em cena". Mostra que estamos no caminho certo e propondo a discussão nos lugares certos...






Eu gostei muito do espetáculo e principalmente do "constrangimento" (entre os doscentes) que ele causou...mas vou deixar a galera do grupo relatar suas impressões....
















p.s: as fotos são da última apresentação (também na UEL) mas na semana de Ciências Sociais.

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