SOBRE TEATRO E POLÍTICA

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


Relatório do Encontro e Debate em torno do tema: “Teatro e Política”, do Grupo Encenação de Teatro do Oprimido.
Local: Casa do Teatro do Oprimido
Data: 01/03/2008

Antes de Procurar entender o que é Teatro e o seu papel político na sociedade, faz-se necessário a compreensão do que é “Política”.

Baseando-se no texto de Sérgio Vaz Alkmim, “O que é política?”, pode-se concluir que a política é toda e qualquer ação e atitude que Ser Humano possa vir a realizar em seu meio coletivo. Nossas ações são fundamentadas em princípios ideológicos, mesmo quando não temos consciência de tal fato. A própria omissão diante as determinadas circunstâncias da vida coletiva é resultado de uma opção política. Portanto, devemos ter consciência do peso e das conseqüências que nossas ações refletirão.

O Teatro é Político. Augusto Boal, em seu livro “Teatro do Oprimido e Outras poéticas Políticas”, relata que a principio o teatro era algo do povo, feito pelo povo. Porem, no decorrer da história, com o surgimento da aristocracia, as divisões sociais e econômicas que foram emergindo, o Teatro passa de algo “comunitário”, para se tornar propriedade privada, onde poucos atuava e as demais pessoas era apenas espectadores, assim como acontecem com as relações político-sociais, até hoje.

O Teatro, como afirma Augusto Boal, é arma muito eficiente, e pode ser utilizada tanto à favor da busca de uma sociedade mais justa e democrática, quanto para a manipulação, propagação do “conformismo social” e até mesmo como produto simples “produto de consumo.” Contudo, é através desta arma – o Teatro – que pretendemos desenvolver nosso papel político, dentro de uma perspectiva contra-hegemônica.

Mariana Montagnini Cardoso

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"CANTO"

terça-feira, 9 de setembro de 2008


(Lia - primeira da direita p/ esquerda)

Buraco negro
Dentro do coração da serra
Onde tudo começou
E sem luta
Calados, pesados
Caminhando atropelados
Carregando o nosso
Próprio andar

Vamos indo
Caindo pelo buraco
Buraco onde
Tudo começou
Onde tudo começou

Temos que acordar
companheiros
Temos que gritar
Soltar nossas gargantas
Deixar a escravidão
Olhar no alto das montanhas
Erguer as bandeiras
das lutas
Olhar com amor
a nação

(canto)
E na hora do voto
Ter consciência
e noção
Não deixar
escorregar - cair pelo
buraco negro da urna
Só a paixão
Vote com a razão da
sua luta
Porque não há mais
tempo não
O mau já se arrasta
pelas ruas e dentro de nossas casas

Logo não teremos
mais as matas
E a água?

Se continuarmos assim
Sujos, podres, logo
seremos e morreremos
Seremos montes
e mais montes
de coisas - coisas podres
Nem os ratos viverão
morrerão, e também podres
sem ar
sem água
sem nada

Ainda há tempo
A serra chorando,
sofrida nos fala
Enviando mensagens
de Tsunames, terremotos e vendavais

ATITUDE!

extase
excessão
expoente
expansão
texto
contexto
pretexto
mixto
ânsia
excêntrico
extinto
acidez
adeuzinho
invés
gentileza
anarquisar
através
talvez
portuguesa
agasalho
atrás
aliás
análise
gasoso
graniso
pesquisa
desprezo
escassez
estranheza
gás
assédio
fascículo
represa
resenha
azia
acréscimo
discente
docente
fascinar
acessor
almoço
endoço
maciço
florescer
trezentos
paralizar
feito
giria
coragem
alge
enxugar
ameixa
afrouxar
xingar
broche
queijo
fixa
ficha

LIA SALVANY FELINTO


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Um tapa na cara...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008



O Grupo EncenAção realizou na Uel, na ocasião da "Semana da Educação", uma apresentação de um espetáculo de Teatro-Fórum chamado "com que ônibus eu vou...?". O espetáculo, causou um "certo mal estar", por que - sendo curto e grosso - os opressores que estavam sendo representados no palco, estavam de fato, na platéia. Chegaram, até mesmo...muito delicadamente, é claro, pedir ao Curinga que não realizasse a parte fórum do espetáculo. è claro que o Curinga - também, e igualmente delicado...ignorou esse "pedido" e realizou o Fórum assim mesmo.


Considero importante, neste momento, reflitir sobre uma questão : a realização do espetáculo de TF, neste espaço formal, ou seja, na "Semana de educação" - configurando-a como forma de intervenção social do tipo sócio-politico-educativa ( Já que tanto oprimidos como os opressores estavam ali presentes).


Na intervenção social do tipo sócio político educativa, as ações devem possuir propostas organizadas, um comportamento ético por parte do interventor social e uma capacidade técnica
expressada na potencialidade ou intensidade para intervir efetivamente na sociedade. Sendo estes elementos fundamentais a uma intervenção social. A intervenção social no processo educativo ou uma ação educativa, como proposta de intervenção, pressupõe uma ação intencional sobre os indivíduos, grupos ou comunidades, com a finalidade de gerar mudanças e melhorias. Estas mudanças deverão ser analisadas e avaliadas de maneira estruturada e de uma forma constante, devendo ser previamente definidos os procedimentos de avaliação. A intervenção educativa deve, incorporar princípios flexíveis capazes de contemplar as particularidades pessoais e culturais, escolares e sociais, tendo como alvo os processos de desenvolvimento, personalização, socialização, humanização e libertação. Tratando-se, de uma prática essencialmente pedagógica que ganha significado pela sua conotação política.


A intervenção constitui-se em um espaço, um momento artificialmente construído, realizado por um sujeito, que intervém legitimado pelo direito de intervenção, a partir de um status legalmente constituído, com uma demanda de necessidade para que ocorra. Esta demanda está relacionada aos sujeitos do processo da intervenção e da visão de problema social que a sociedade possui. Possibilita identificar, construir ou reconstruir laços de significação de diferentes grupos sociais, através da elaboração de estratégias que formule, e encontre uma possibilidade de redução dos conflitos, eliminando os discursos estigmatizantes que excluem, diminuindo desta forma o sofrimento daqueles que são afetados por estes tipos de discursos.


(continuo...)

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Curingar é lutar.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008


"Coragem"....O cão covarde...rsrsrs

Foi um pouco assim que eu me senti. Ô "publicuzinho" difícil sô...
Já haviam me avisado. Na semana de Ciências Socias, grupo Encenação de T.O. apresentou "Com que ônibus eu vou...pro encontro que você me convidou" e eu fiquei responsável pela curingagem da vez. Estava tensa por vários motivos...Era a semana do meu curso, todo aquele povo cheio de "estrelismo" pronto pra explodir estava me olhando, prestando atenção no que eu estava dizendo, alguns sendo solidários, outros nem tanto...me olhando com desconfiança. Mas isso é o menos importante, afinal estava ali fazendo meu trabalho, falando sobre o que eu acredito, já tinha passado por isso algumas 3 vezes...(ooohhhh..rsrsr), estava consciente do meu papel naquele momento.
Papel importante no Teatro do Oprimido, o Curinga como mediador do debate é responsável pela ordem do Fórum, pra que não se torne "selvagem". É engraçado porque isso foi o que eu menos fiz, era um público de universitários e o que é esperado é que estes sejam comportados em determinados momentos. Esse "título" de universitários é tão cheio de significados, de conotações, de personificação, de clichês e tantas outras coisas que até confunde a cabeça daqueles que o possuem. Bom, como eu estava dizendo, eles foram comportados até demais!
É engraçado e é estranho porque o tema proposto pelo grupo de T.O é relativamente fácil de ser reconhecido por aquela platéia, eu não precisei explicar a situação, eles sabem que acontecem, afinal são "universitas", gente inteligente nem sempre como a gente, pois não se sentem gente na maioria do tempo (oh).
Eu tenho medo que seja por isso que eles adotaram uma postura tão fria diante de um fórum apimentado como aquele. Ou será que o erro foi meu? Eu não soube cumprir corretamente meu papel? Tenho cá comigo minhas dúvidas. Éééééééééé (vício de linguagem, característico dos "intelectus")...Como eu estava estranhando, fiquei perplexa com a atitude dos meus caros colegas de curso, tão quietinhos...vamos lá gente, falem...quem faria diferente dessa personagem? Alguém tem alguma alternativa pra esse problema real?...Cri cri cri...E o grilo se fez ouvir. "Que é isso pessoal, que murcheza é essa?". Depois eu tenho que ficar ouvindo aquele papo de revolução, se nem uma revolução na vida deles eles conseguem fazer, foi difícil minha gente conseguir duas alternativas. Ahhhh é, me esqueci...eles estavam pensando. Pensando "baseados" em Weber ou Marx, quiçá Durkheim, como eles instaurariam a ordem naquela situação, como organizar aquela representação da macro-sociedade, afinal é sobre isso que refletimos não é? Na macro-sociedade, revolução, capitalismo...sexo...sexo...sexo...e uma biritinha claro.
Acho que fui suficientemente "clear".
Passando agora para a segunda parte da minha exposição (oh), discorro agora sobre o outro motivo da minha tensão naquele momento. É preciso muita covardia revestida de coragem pra ficar lá observando, analisando, avaliando, processando, formulando, confabulando...ando ando. Isso me deixou à beira de um pequenino ataque cardíaco, não de emoção, me senti sufocada, inforcada, tentativa de manipulação, isso é um veneno camuflado em sorrisos e palavras doces.
"Deus me livre d'eu í lá!".
Bom o que eu queria dizer com tudo isso mesmo?
Coragem...deixem de ser como um cão covarde.




Débora Oliveira.
Multiplicadora da FTO-Londrina.
01/09/2008.




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